Reflexões

CICATRIZES QUE ZOMBARAM DO SOFRIMENTO.

12:02Apenas Evangelho

Depois disse a Tomé: Coloca aqui o teu dedo e vê as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. Não sejas incrédulo, mas crente! Tomé lhe respondeu: Senhor meu e Deus meu! E Jesus lhe disse: Porque me viste, creste? Bem-aventurados os que não viram e creram.
João 20:27-29






por Sandro VS


A notícia de que Jesus estava vivo começou a espalhar-se entre seus seguidores. 

Começa timidamente com Maria Madalena que foi a primeira a ver o túmulo vazio e logo após com Pedro e João que confirmam esta informação. Passa também pelo caminho de Jerusalém a Emaús quando dois discípulos conversam com um ilustre desconhecido e dizem ter ouvido rumores de que o nazareno havia ressuscitado.

Mas logo o que parecia um boato se confirma e ganha entusiasmo tanto quando Jesus aparece a Maria Madalena, não como o jardineiro do cemitério, mas como o Mestre amado, como também quando se revela aos dois discípulos já em Emaús como o Cristo que queima o coração dos que ouvem suas palavras.

Então, em uma reunião dos discípulos, Jesus se apresenta como o Cristo ressurreto que prega a paz e comissiona, cheios do Espírito Santo, os seus. 

Mas João nos informa que faltava um. 

Tomé não esteve presente na reunião em que literalmente a esperança dos onze havia revivido por isso a notícia dada por eles a ele parecia muito boa para ser verdade e, sendo Tomé obstinado em seu pessimismo, afirma que jamais creria na ressurreição do Mestre até ver e tocar nas cicatrizes dos pregos em suas mãos e a ferida que a lança abriu em seu lado. 

Ninguém precisou contar a Jesus as palavras de Tomé, ele as havia ouvido, assim, no próximo encontro, tratou pessoalmente de Tomé e de sua incredulidade. Mostrando-se bondoso Jesus desce ao nível do discípulo incrédulo a fim de elevá-lo ao nível de apóstolo crente cedendo as suas solicitações para "provar sua fé"

Jesus viu um processo perigoso em andamento dentro do coração de Tomé e o interrompeu mostrando as marcas da sua paixão.

Mas a pergunta que fica é: 

Por que Jesus não eliminou no processo de ressurreição às cicatrizes que marcaram seu momento de maior agonia? Por que não fez uma cirurgia plástica enquanto esteve ausente para se apresentar sem as marcas da cruz que tanto o fizeram sofrer?

Preservou as cicatrizes para ensinar a Tomé, e a nós também, que as marcas da vida revelam a superação sobre o sofrimento. O Cristo não tinha do que se envergonhar, pois venceu a morte e suas cicatrizes eram prova disso! Tornaram-se marcas do seu amor! 

É como se dissesse: “O sofrimento não teve a ultima palavra, por isso, toque Tomé e veja como a esperança venceu!”. 

As palavras finais de Jesus mostram que não precisamos ver as suas cicatrizes, mas apenas crer no que elas significaram, isto é, marcas que revelam que a confiança proposta na ressurreição sobrepuja a toda e qualquer dor. 

Portanto, em Cristo Jesus, os estigmas zombam do sofrimento evidenciando que a fé vence pela esperança da ressurreição, afinal, assim como Jesus, no dia da ressurreição, voltaremos neste mesmo corpo para que as cicatrizes sirvam de prova de que todo o sofrimento teve um fim.

APENAS no EVANGELHO que nossas cicatrizes ganham significado.


Soli Deo Glória!

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