por Rafhael Pio*
A palavra “páscoa” vem do termo hebraico “pesach” que significa “passar por sobre”, uma referência à páscoa inicial, relatada no livro do Êxodo, quando o anjo da morte “passou por sobre” os filhos de Israel ao ver o sangue do cordeiro pascal nos umbrais das portas, livrando seus primogênitos e destruindo todos os primogênitos do Egito. Este fato ocasionou a libertação de Israel do Egito, após séculos de escravidão naquele país.
A páscoa é a festa mais antiga dos judeus, e é realizada aos catorze dias do primeiro mês do calendário judaico (o Nisã) juntamente com a Festa dos Pães Asmos. Ao todo, as duas festas duravam oito dias e era a ocasião em que cada família em Israel comemorava a libertação de seu povo da escravidão no Egito, com o sacrifício de um cordeiro sem mancha.
Certamente em cumprimento à vontade de Deus, a morte de Cristo ocorreu exatamente no período da páscoa, no entanto, especificamente aquela páscoa judaica ficou marcada como um evento capital. A morte e consequentemente a ressurreição de Jesus Cristo trouxe finalmente expiação dos pecados, livrando a humanidade dos inimigos da alma. Jesus tornou-se nosso Cordeiro Pascal.
Em I Coríntios 5:7 o apóstolo Paulo declara “... Porque Cristo, nosso Cordeiro Pascal foi imolado por nós...”. Esta declaração além de muito profunda, possui um sentido moral: nós cristãos, devemos nos desprender do antigo fermento do pecado, da corrupção, do engano, uma vez que Cristo fez o seu grande e eterno sacrifício, purificando-nos totalmente. Sendo assim, cabe a nós abandonar nossa velha maneira de viver.
A páscoa do Antigo Testamento marcava o começo de uma saída da escravidão. Assim também, em Cristo, encontramos um êxodo que oferece a todos os homens a libertação da velha vida escravizada pelo pecado, outorgando o Reino da Luz, onde impera perfeita liberdade.
Apenas no EVANGELHO de CRISTO, nosso Cordeiro Pascal, podemos nos tornar filhos de Deus (Gál. 4:4-6), transformados segundo a imagem do Filho (Rom. 8:29), um povo que olha para a Cidade Celeste e a vê como sua pátria, da mesma maneira que Israel buscava uma nova pátria.
* Pr. Rafhael Pio é pastor na Igreja Presbiteriana Renovada de Primavera do Leste, é também Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte/PR.
0 comentários