por Joyce Santos*
Leia João 20. 1 - 23
Era o primeiro dia da semana. Os escritores fazem questão de registrar como o primeiro dia da semana, parece-me que com o intuito de apresentar a ressurreição de Jesus como o início de um novo tempo.
Ao relatar a ressurreição de Cristo, o autor poderia ter encerrado sua narrativa com o “está consumado” da cruz. Porém, João não parou ali, foi adiante, demonstrando sua fidelidade à mensagem apostólica primitiva, que enfatizava tanto a morte quanto a ressurreição de Cristo.
A ressurreição de Cristo é o mais verdadeiro cumprimento das promessas de Deus, e isto, gera resultados em nossas vidas.
A nossa fé em Cristo é fortalecida ao contemplarmos o túmulo vazio. Foi isso que aconteceu com João quando seus olhos visualizaram o sepulcro vazio. Tanto que, o verbo utilizado no versículo 8 para “viu” traz a ideia de conhecer por meio de percepção mental ou espiritual. Algo sobrenatural aconteceu dentro de seu ser, e, então, João crê: O Senhor havia saído do túmulo. E não, o corpo não havia sido roubado; algo que seria comum à época. Pois, ladrões não deixariam o cenário tão organizado (v.7 o lenço estava dobrado).
João creu na ressurreição de Cristo antes de vê-lo novamente vivo. Diferentemente da maioria dos primeiros cristãos. Daí Jesus dizer “bem-aventurados os que não viram e creram”.
A escritura é autenticada por meio da ressurreição de Cristo. Escrituras, tanto em João como em todo o Novo Testamento, é a Lei, os Salmos e os profetas. Isto quer dizer que quando João menciona a Escritura aqui, está se referindo aos vários textos que apontavam especificamente para a ressurreição de Cristo. Os discípulos faziam a exposição sobre a pessoa de Cristo, e outros aspectos relevantes à fé após a sua ressurreição, com textos da Escritura. Se cristo não tivesse ressuscitado dentre os mortos a Escritura não teria o valor autêntico.
A ressurreição de Cristo possibilita a continuação da missão por meio da igreja. Jesus já havia falado do envio dos discípulos nos discursos de despedida. Mas agora, depois da ressurreição, de fato, ele os estava enviando. A missão do Filho no mundo é confiada a eles.
Para o pensamento e percepção linguística israelita, a autorização fazia parte do envio; o enviado é como aquele que o envia. Ou seja, para o cumprimento da missão, a igreja, aqui representada pelos discípulos, tem a autoridade do Filho. Jesus então diz: Recebam o Espírito Santo! Neste texto, o Espírito Santo é tanto a pessoa quanto o dom do Espírito. Esse dom representa a capacitação para o ministério. O Espírito Santo nos é dado para o serviço, e não, para nossa exaltação.
Cristo vive! Assim, nossa fé tem que estar no Cristo que deixou o túmulo vazio, e este acontecimento deve nos fortalecer dia após dia. Cremos em um Deus que venceu a morte. Diante deste fato não precisamos temer à morte, pois a fé no Cristo ressurreto nos levará à vida eterna com Ele. Cremos Naquele que faz o "aqui jaz" ser desnecessário, e nos dá a certeza de que nossa fé não é vã, posto que está em um CRISTO VIVO.
Na Ressurreição de Cristo a Escritura se torna Palavra discernida e vivida a todos que creem nela. A nossa vida precisa estar fundamentada nas verdades da Escritura. Ainda que tenhamos tantas fontes boas e confiáveis que enriquecem nosso conhecimento, a palavra final é da Escritura Sagrada, isso, graças ao Cristo ressurreto que a tornou autêntica.
A nossa missão como igreja só tem sentido e razão, porque Aquele que nos confiou esta missão ressurgiu. Do contrário, o que nós teríamos para anunciar? Se Ele não tivesse ressuscitado, seria comparado a tantos outros homens que passaram por esta terra, realizaram milagres, arrebanharam pessoas e terminaram em um túmulo. Porém, Jesus Cristo está vivo junto ao Pai, e nos deixou a incumbência de anunciar a obra da redenção confirmada pela ressurreição até que Ele venha.
“Conta-se a história de um muçulmano que interrogou um pregador dizendo: Nós temos uma prova de nossa religião que vocês não têm. Quando vamos à Arábia podemos ver o túmulo do Profeta. Temos assim, uma prova de que ele viveu e morreu. Quando, porém, vocês vão a Jerusalém, não podem ter certeza do lugar onde foi sepultado Jesus. Vocês não têm um túmulo como nós! É verdade. Respondeu o pregador. Não temos um túmulo em nossa religião, porque não temos um cadáver. Temos um Salvador vivo”.
Eu tenho um Salvador vivo, e é isso que fortalece a minha fé! Eu tenho um Salvador vivo, e é por isso que a Palavra se torna real para mim! Eu tenho um Salvador vivo, e isso me leva a anunciar a obra da redenção que se completa na ressurreição!
Sua morte nos reconciliou com o Pai e sua ressurreição é o fundamento da nossa esperança de estarmos com Ele para todo o sempre.
* Joyce Santos é bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Renovado de Cianorte - PR. Licenciada em Biologia pela UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso - Campus Alta Floresta. Pastora na Igreja Presbiteriana Renovada de Guarantã do Norte - MT. Casada com Flávio Santos e mãe do Pedro Santos.
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