Paulo não está chamando Deus de louco nem de fraco ao usar este recurso de linguagem. Ao contrário, Paulo deseja fazer um contraste radical entre Deus e o ser humano, mostrando que por sua própria sabedoria o homem jamais poderá conhecer a profundidade de Deus. Paulo entendeu que o Evangelho de Cristo Jesus é a própria Sabedoria de Deus para a salvação humana! Jamais o homem aceitaria ser salvo por este método a não ser por uma obra miraculosa do Espírito Santo de Deus em sua vida. Tanto judeus quanto gentios ao rejeitarem o método de Deus para a salvação, estão simplesmente confirmando o que o próprio Deus disse por intermédio do profeta Isaías: "a sabedoria dos sábios perecerá, e a inteligência dos inteligentes se desvanecerá" (Isaías 29.14). 

Surge então uma dificuldade: Essa rejeição da sabedoria dos sábios e da inteligência dos inteligentes por meio da revelação de Cristo na Cruz, torna sem sentido nossos esforços apologéticos? Será que nosso intelecto não é em nada útil à nossa missão de pregadores do Evangelho? Será que Deus, Paulo e Jesus Cristo ensinaram o anti-intelectualismo? Para resolver esta dificuldade precisamos lembrar que Paulo está a todo tempo contrastando a sabedoria de Deus e a sabedoria humana secularizada. É a esta que Deus rejeita enfaticamente! Isto fica mais claro quando Paulo diz em I Coríntios 2.6, "entretanto, falamos da sabedoria entre os que já têm maturidade, mas não da sabedoria deste era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada". Paulo, como um erudito intelectual que era, não descartou a inteligência humana totalmente... (huuumm...)... Ok... eu sei... Isso parece mesmo um pouco pelagiano... Só que não!... Para ele a mente natural humana está tão inabilitada para aceitar a Sabedoria de Deus que ele mesmo disse em I Coríntios 2.14 "Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente". Então por que dizer que Paulo não descartou a inteligência humana totalmente? Porque ele a pôs no seu devido lugar! A serviço da fé e aos pés de Cristo, Senhor nosso!

Assim sendo, nossa apologética não estará baseada simplesmente na lógica racional humana, porque o homem natural jamais aceitará o Evangelho sem o agir do Espírito Santo. Também não descartaremos totalmente nossa inteligência em nossa defesa da fé, pois como o Rev. Augustus Nicodemus Lopes com muito bom humor disse: "Jesus morreu para tirar o seu pecado e não a sua inteligência". E agora José? O quê faremos? Faremos aquilo que o Pastor Jonas Madureira sugere em suas palestras onde ele expõe o conceito de "Inteligência Humilhada". Humilharemos nossa inteligência diante da Sabedoria de Deus como foi revelada nas Escrituras! Nossa razão já iluminada pelo Espírito de Deus será o meio usado pelo Senhor para que logremos êxito em nossa tarefa evangelística com base nas Escrituras, não nas evidências científicas! Com as Escrituras na mente e no coração temos a mente de Cristo! Seremos fervorosos defensores e pregadores da fraqueza de Deus – "APENAS EVANGELHO!" - e lograremos êxito mesmo diante do mais “forte” ateu, porque "a loucura de Deus é mais sábia que a sabedoria humana, e a fraqueza de Deus é mais forte que a força do homem".