Leiam João 9.
por Sandro VS
Existe um detalhe na vida de Jesus que pouco chama a atenção, isto é, por mais que estivesse sempre rodeado de enfermos, nunca se cercava deles, por mais que os atraísse, que os curasse e que soubesse que isto era para manifestar a sua messianidade, nunca fez disto o carro chefe do seu ministério para se autoafirmar.
O texto citado narra a cura do homem que sofria de uma cegueira congênita, mas o que mais impressiona não é a cura em si ou o método inusitado que Jesus usou para fazê-lo, e sim a dificuldade dos agentes da religião em acreditar no que foi feito.
Primeiro, alguns vizinhos preferem acreditar que era outro homem a acreditar que ele havia sido mesmo curado, e insistem nisto mesmo com ele afirmando, "sou eu!".
Depois, os religiosos do sinédrio, após investigarem o método de cura, preferem duvidar da procedência divina de Jesus por Ele ter feito a cura em um sábado a crer no milagre feito.
Então eles, como um todo, preferem duvidar que ele fora cego e chamam seus pais para confirmar sua enfermidade e ter certeza da cura! Os pais, por sua vez, com medo de serem expurgados da religião, apelam para a sua maior idade e não opinam sobre o assunto.
Por fim, o interrogam novamente e não podendo resistir à sua fé o expulsam da religião.
O que se define disto?
Quando Jesus curou este homem que nasceu cego, retirou dos religiosos a referência que tinham de sua saúde, isto é, a religião vive para sentir pena daqueles que carregam deficiências na vida, simplesmente porque estes deficientes são a prova da saúde deles, ou seja, precisam de alguém doente ao lado para se sentirem sãos, precisam rodear-se de perdidos para se sentirem salvos.
Será que os maiores problemáticos na vida são os cegos, os surdos ou os mudos?
Não!
Os maiores deficientes nesta vida não carregam estas limitações, pois, segundo o Evangelho, os maiores doentes neste mundo são aqueles que enxergando não querem ver, que escutando não querem ouvir e que podendo falar não confessam sua enfermidade. São aqueles que tendo todos os aparatos para discernir a graça de Deus procuram apenas questioná-la.
A religiosidade é esta lástima, pois é ter conhecimento, mas não usá-lo para beneficio algum. É, na compreensão da sua saúde, resolver se aleijar e se mutilar na vida. O que estes não enxergam é que no último dia serão julgados pelos cegos, surdos e mudos que tanto procuraram ter por perto apenas para alimentar sua religião que necessita dos doentes para atestar sua saúde de aparência.
Quem crê APENAS no EVANGELHO não se cerca de doentes para se sentir saudável, mas anuncia a cura sem questionar seus resultados.
Soli Deo Glória!
1 comentários
Muito bom.
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