TENTAÇÃO, A INTENSIFICAÇÃO DO DESEJO.
10:34Apenas Evangelho
Feliz é o homem que suporta a provação com perseverança, porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida que o Senhor prometeu aos que o amam. Quando tentado, ninguém deve dizer: Sou tentado por Deus, pois Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado quando atraído e seduzido por seu próprio desejo. Então o desejo, tendo concebido, da à luz o pecado, e o pecado, após se consumar, gera a morte.
Tiago 1:12-15
por Sandro VS
Dentre tantos termos cunhados pelo “evangeliquês” existem muitos que se aplicam à tentação, como “tá amarrado”, ou “vigia!”. Mas, o problema é que todas estas expressões indicam, no mínimo, uma falsa interpretação acerca das tentações, isto é, aqueles que as pronunciam confessam uma enorme falta de conhecimento acerca do que os faz pecar.
Tiago começa incentivando os cristãos a não ceder às tentações. Faz isto revelando que toda a tentação deve ser considerada como um tipo de experimento, o que ele chama de prova. A palavra grega (peirasmos) usada para experimento, tentativa, teste ou prova é a mesma usada para tentação. Tiago, como argumento básico deste incentivo, diz que aqueles que suportam, e perseveram em suportar estas avaliações, receberão como prêmio experimentar a vida como nunca antes experimentaram, e isto eternamente.
Mas, o apóstolo sabia que suportar estes testes não era tarefa fácil, e mais, sabia também que a tendência humana ao cometer erros, era sempre transferir sua responsabilidade a terceiros. Foi assim com os primeiros no Jardim do Éden, ou seja, Adão ao se ver reprovado culpou Eva e esta, ao se ver na mesma situação, culpou a serpente, assim, desde o princípio o instinto primário do homem foi culpar a outros por seu próprio pecado, pois são hábeis em culpar seu próximo, as circunstâncias e à maneira em que foram feitos. Portanto, para Tiago, não era de se espantar que, nem mesmo Deus, ficasse alheio a essas transferências de culpa.
Então, ele mostra sem rodeios, a fonte de todo o problema: o desejo corrompido do homem.
Ele afirma que, cada um cede às tentações quando seduzido pelo seu próprio desejo, ou seja, a tentação não é o pecado, mas é a passarela para que ele se apresente, pois a tentação seria impotente se no homem não houvesse nada mal. Tendo em mente uma gestação, ele diz que o pecado é como um filho dentro do homem, o desejo corrompido são as contrações indicando que este filho quer nascer, e nascido este filho, a tentação nada mais é do que alguém a espera, ansioso, para pegá-lo nos braços.
De certa forma, dizer que a tentação ou provação é o pecado em si, é culpar Deus, pois, se ele prometeu libertar-nos e não nos protege de algo externo, alguma coisa está errada com sua maneira de nos ter salvado. Mas, é bem aqui que o erro se revela, pois o teste ou a tentação não é o pecado, mas são apenas o resultado da observação atenta de quem conhece os desejos do homem. Satanás e o inferno sabem do que nossa natureza corrompida gosta e, assim, apenas intensificam o desejo que temos pelo pecado.
Portanto, APENAS no EVANGELHO, muito mais do que sermos protegidos do Diabo, temos, pela Graça, as condições de lutarmos contra nós mesmos, pois, como disse o apóstolo Paulo neste mesmo contexto: Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor! (Romanos 7:25)
Soli Deo Glória!
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