A SUFICIÊNCIA DA FÉ.
10:12Apenas Evangelho
Respondendo-lhe
Pedro,
disse: Senhor, se és tu, manda-me
ir sobre as águas até onde estás. E
ele disse:
Vem!
E Pedro,
descendo
do barco,
andou por sobre
as águas e foi ao encontro de Jesus. Reparando, porém,
na
força do vento, teve
medo;
e,
começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!
Imediatamente Jesus,
estendendo a mão, segurou-o e lhe disse:
Homem de pequena
fé,
por
que duvidaste? Subindo ambos para o barco, cessou o vento.
Mateus 14: 28-32
por Sandro VS
Jesus alimenta cinco mil homens além de mulheres e crianças com cinco pães e dois peixes e ainda faz sobrar, é esta a cena que os discípulos têm em mente.
Mateus é enfático ao dizer que “logo depois” o Mestre os obriga a entrarem no barco e atravessarem para o outro lado do lago de Genesaré antes Dele, pois queria despedir toda aquela multidão.
Mas depois disto Jesus ainda decide ir orar ao crepúsculo da tarde e, enquanto o faz, o barco com os discípulos, já longe da terra, é varrido pelas ondas e pelo vento contrário.
Mas depois disto Jesus ainda decide ir orar ao crepúsculo da tarde e, enquanto o faz, o barco com os discípulos, já longe da terra, é varrido pelas ondas e pelo vento contrário.
Não se deve pensar nesta tempestade acompanhada de chuva, vento, granizo ou trovões como estamos habituados, mas sim em uma tempestade muito comum à geografia da Palestina, isto é, uma tempestade de vento.
O lago de Genezaré fica ao pé da “depressão Sírio-Africana”, um cânion afunilado de pedras e montanhas que faz com que os ventos quentes do deserto sejam despejados neste lago com uma fúria terrível, por isso também este lago é chamado de “mar da Galiléia”, pois quando abatido por este vento encanado levanta ondas capazes de virar uma embarcação de médio porte.
Já alta madrugada Jesus vê o barco dos discípulos no meio da tormenta e resolve se aproximar deles andando por sobre as águas agitadas. Quando se aproximou, andando sobre as águas, causou nos discípulos um terror tal que pensaram ser um fantasma e gritaram, ao que Jesus se identifica e os acalma: “Sou Eu, não temais!”.
Ao ouvir isto Pedro, sem calcular os riscos, não pensa duas vezes: “manda-me ir até onde Tu estás!”, pois se o barco estava na iminência de virar era porque Jesus não estava nele, logo a segurança estava em estar onde Jesus estava, mesmo que fosse em pé sobre a água.
O que mais impressiona não é o pedido de Pedro, mas a resposta de Jesus: “Vem”.
Pedro, confiando em Jesus foi ao seu encontro, mas logo é tomado pela impossibilidade do que fazia, pois nunca havia se ouvido falar de alguém que tivesse andado sobre as águas, e é neste momento que ele é confrontado pela realidade do que fazia e quando isto aconteceu a dúvida se instalou como medo.
É como acontece com muitos que sobem em um avião decididos a pular de paraquedas, mas ao chegar lá em cima desistem. O problema é que Pedro “pulou” para depois “desistir”. Logo que começou a afundar Pedro gritou: “salva-me Senhor!”, e Jesus imediatamente segurou em sua mão.
É como acontece com muitos que sobem em um avião decididos a pular de paraquedas, mas ao chegar lá em cima desistem. O problema é que Pedro “pulou” para depois “desistir”. Logo que começou a afundar Pedro gritou: “salva-me Senhor!”, e Jesus imediatamente segurou em sua mão.
Enfatizar o que Jesus disse a seguir: homem de pequena fé, por que duvidaste?, como se fosse uma cobrança de um pai inconsequente que se frustra mais do que o filho que não conseguiu dar a primeira volta de bicicleta sem rodinhas e caiu, é não entender o que Jesus sempre ensinou sobre a confiança que devemos ter nele.
Para se andar sobre as águas é necessário uma fé surpreendente e esta fé, Pedro, à semelhança de qualquer um de nós, não teve. Mas a fé que Pedro teve foi suficiente, pois o fez clamar a Jesus por auxílio para ser salvo.
Assim, fé não é andar sobre as águas, mas sim pedir por socorro quando estiver afundando.
Hoje as igrejas gritam e cantam uma fé arrogante, aquela que, se não faz o mar se abrir, faz com andem por cima das águas, por isso determinam tudo e tomam posse de todas as coisas.
Mas mesmo determinando tudo vivem sem experimentar mudança alguma e mesmo tomando posse de todas as coisas, vivem tão vazios quanto quem não possui nada.
Isso não é fé, isso é presunção!
Mas mesmo determinando tudo vivem sem experimentar mudança alguma e mesmo tomando posse de todas as coisas, vivem tão vazios quanto quem não possui nada.
Isso não é fé, isso é presunção!
Fé é saber que o dia em que a existência insistir em nos afogar, por graça, sempre teremos a chance de clamar:
Salva-me Senhor!
Soli Deo Glória!
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