"UFA!"
10:38Apenas Evangelho
Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! Desse modo, com a mente eu mesmo sirvo à Lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado.
Romanos 7:25
Por Sandro VS
Dificilmente encontraremos nas Escrituras uma confissão mais reveladora do que esta. Nenhum dos outros apóstolos ousou se abrir tanto a uma igreja quanto Paulo aqui, pois ele desnuda a todos, por meio de uma autobiografia, o seu coração.
O apóstolo fala de como a Lei que é santa, justa e boa tornou-se morte para ele, pois a Lei sendo santa provém de uma esfera alheia a este mundo, ou seja, a Lei é divina e tem o tom da voz do próprio Deus, sendo justa provém Daquele que rege tudo com retidão e sem parcialidade e sendo ela boa provém Daquele que beneficia a todos por meio dela e que requer de todos a reciprocidade.
Mas como algo tão santo, tão justo e tão bom assim pode ter gerado morte?
Simplesmente porque quando a lei definiu o que é santo, justo e bom para o homem mostrou a este o quão profano, perverso e mau ele era, assim, o pecado, que é inerente a todo o homem, encontrou por meio da Lei, que apontava aquilo que era inatingível para o mesmo homem, um poder de gerar morte.
Portanto a Lei suscitou o pecado no exato sentido de que o definiu.
"Sem regras", diz Paulo, "eu vivia em paz com a minha consciência!", e continua, "mas com a Lei descobri o quão enganado eu vivi este tempo todo!".
Esta morte gerada pelo pecado por intermédio da Lei estourou a guerra mais renhida que qualquer um nascido de uma mulher pode enfrentar na sua vida, ou seja, o embate entre a capacidade para reconhecer o que é bom, mas a inaptidão de fazê-lo e a capacidade para reconhecer o que é mau, mas a impossibilidade de conter-se ao fazê-lo.
Assim, ao não refrear-se ao fazer o que reconhecia como mal e ao sentir-se inerte quando o caminho apontava o bem, Paulo reconhece que a Lei é vida, mas não enxerga nada nele que o lance para ela, ao contrário, o que vê em si é um desejo insistente pela morte.
Ao chegar a este ponto ele beira o desespero:
"Desgraçado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?".
Então, entre tanta pressão, Paulo encontra a válvula de escape para isto tudo e, expirando aliviado, diz:
"Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor! Desse modo, com a mente eu mesmo sirvo à Lei de Deus, mas com a carne, à lei do pecado".
Sim!
O fim para a guerra do querer produzir o bem da Lei para a vida, mas só conseguir gerar o mal na morte da existência foi declarado por Deus na morte de seu Filho Jesus Cristo, ou seja, é só morrendo para a Lei que apontava para o homem o caminho do que é santo, justo e bom, mas que não podia concretizá-lo e morrendo também para o pecado que, pela Lei, solidificou no homem o caminho do que é profano, perverso e mal que se vence esta guerra.
É morrendo com Cristo na Sua cruz que saímos do outro lado com a vida da Sua ressurreição.
Assim sendo, não vivamos para a Lei, pois nela só encontraremos o desgosto em nós ao não conseguir cumprí-la, mas também não vivamos para o pecado, pois nele nunca encontraremos nada, nem sequer o desgosto, visto que desgosto só pode existir onde já existiu algum sabor e morte não tem sabor algum.
Mas vivamos para Cristo confiando na sua GRAÇA, pois em Cristo a Lei foi cumprida sem desgosto e o pecado foi vencido, ironicamente, pela própria morte.
Portanto quando estiver no meio desta guerra, sendo bombardeado por todos os lados, abra os olhos da fé e veja a cruz de Cristo, só assim você encontrará alívio ao dizer:
"UFA! GRAÇAS A DEUS POR JESUS CRISTO, NOSSO SENHOR!".
Soli Deo Glória!
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