TEMEROSOS E CONSTRANGIDOS, MAS RECONCILIADOS.
13:26Apenas Evangelho
Pois Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo o mundo, não levando em conta as transgressões dos homens; e nos encarregou da mensagem da reconciliação.
II Corintios 5: 19
A dedicação de Paulo a Deus sempre alçou os níveis absurdos, pois foi ele mesmo quem escreveu: "... em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus", assim, este ministério a que Paulo se refere aqui se misturou de tal maneira a sua própria existência que, quanto mais lemos suas cartas, mais difícil fica definir o que é uma e o que é outra coisa.
Para Paulo aquilo em que cremos deve sempre corresponder ao nosso modo de viver, por isso costumava sempre associar o dever a doutrina, pois aquilo que Deus fez por nós é o que deve motivar-nos a fazer algo por Deus.
PhilIips Brooks, um pregador do século XIX, disse:
"Não há verdade no Evangelho que não seja filha do amor e mãe do dever".
Sendo assim Paulo confessa a igreja de Corinto quais eram as suas motivações para exercer este ministério que ele via com um serviço que, exaustivamente, procurava anunciar o único caminho para o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem.
A primeira motivação era o temor ao Senhor, pois se todos, sem exceção, devem apresentar-se diante do Seu tribunal para receber como retribuição o que praticaram por meio de seus corpos, nada mais seguro do que, enquanto no corpo, prestar um serviço a Deus exercendo este ministério da reconciliação de modo agradável e respeitoso. A palavra temor aqui não se aplica a medo ou pavor, mas sim reverência, pois, vamos encontrar com Aquele que nos salvou por meio do Seu amor.
Assim esta é a segunda motivação, o amor De Cristo, pois se o servimos com respeito é porque Seu senhorio não consiste em terror, mas em amor. Uma marca recorrente nas religiões é que, geralmente, elas matam os que não comungam da sua fé para impor sua salvação, mas no EVANGELHO a salvação é anunciada por meio da morte Daquele que veio salvar. Assim não existe mais outro objetivo na vida de quem um dia desfrutou deste amor a não ser morrer para si mesmo e viver para o seu Salvador.
Pois, como não constranger-se ao ser alvo de tal amor?
Por isso, para Paulo, o amor de Cristo era o combustível para cumprir o seu único objetivo desta nova vida, o ministério da reconciliação.
Por isso a terceira motivação era o sacrifício de Cristo, ou seja, o Seu amor colocado em ato. Não foram apenas "declarações de amor" que Deus proferiu aos homens, mas Ele deu uma prova concreta de tal amor. Esta prova consiste em que, mesmo sendo Ele a parte ofendida neste processo de separação, foi de Sua iniciativa a reconciliação quando sacrificou Seu Filho como se Este tivesse rompido relações com Ele por meio do pecado.
Assim, este amor estendido aos homens, tem seu nascedouro em um pacto de amor feito, desde a eternidade, entre o Pai e o Filho, de modo que na cruz, Deus estava se entendendo com Deus ao nosso favor, nos reconciliando consigo mesmo ao levar ali nossas transgressões.
Portanto, exerçamos nosso serviço de anunciadores desta reconciliação não por terror, como quem tem uma adaga sob seu pescoço, mas com reverência Àquele que nos reconciliou consigo mesmo por meio de um ato de amor sacrifical, eterno e constrangedor, pois, nas palavras do próprio Paulo:
"... talvez alguém até ouse morrer por quem faz o bem, mas Deus prova o seu amor para conosco ao ter Cristo morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Assim, agora justificados pelo seu sangue, muito mais ainda seremos por ele salvos da ira. Porque se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida".
Soli Deo Glória!
0 comentários