O contexto é claro, Paulo confessa que, continuamente, ora a Deus agradecendo pelo que ouviu a respeito deles, isto é, que eles possuem duas características cristãs essenciais, a FÉ e o AMOR. Mas o apostolo, indo além, começa também a descrever esta oração com detalhes, a ponto de escrever a própria oração que continuamente fazia por eles. Escreve que pede a Deus que os preserve sempre cheios do conhecimento pleno da Sua vontade, da Sua sabedoria e do entendimento espiritual de tudo isto. Pede também a Deus que os mantenha sempre no caminho digno do Evangelho de Cristo para que, com isto, O agradarem em tudo, ou seja, ao andarem neste caminho o conhecerão mais e, assim, crescerão em toda a boa obra. 

Então chegamos aos versículos citados acima, onde Paulo agradece a Deus também por dois benefícios dados por Ele a todos os que creem. 

Primeiro o apostolo registra o agradecimento acerca do beneficio dado aos gentios no Evangelho, isto é, a graça de poder participar de uma aliança que, até Cristo, era só oferecida a Israel. Deus deu participação aos colossenses na herança dos santos, assim, o primeiro privilégio consiste em que aos gentios foi concedido que participassem da herança do povo escolhido de Deus, pois os judeus tinham sido sempre o povo escolhido de Deus, a Sua possessão peculiar, especial e única, mas agora, por meio da GRAÇA de Cristo anunciada pelo Evangelho, as portas estão abertas a todos os homens, portanto, não só os judeus, mas também todos os homens e todas as nações têm entrada na herança do povo de Deus. 

O segundo agradecimento registrado consiste em algo extraordinário que Deus fez em Cristo. 

Paulo escreve que ele nos tirou de um domínio e nos transportou para outro e para este transporte ele usa uma palavra de aplicação muito particular, isto é, esta palavra era usada para se referir ao TRANSLADO de um povo conquistado para os territórios do império conquistador. No mundo antigo quando um império obtinha uma vitória sobre outro, havia o costume de trasladar a população toda do vencido para o seu território. Temos no Antigo Testamento alguns registros desta operação. 

Assim o apostolo agradece a Deus por ter vencido o império do pecado que mantinha a todos nas trevas e também por ter levado todos cativos para Reino do Seu Filho amado. Paulo diz que estes cativos resgatados do primeiro domínio, obtiveram o perdão por serem participantes dele, pois dominados pelo pecado todos exerciam sua vontade e, portanto, estavam sob seu domínio, mas agora, depois de conquistados, foram transportados e feitos prisioneiros de outro Reino, o Reino do Filho amado do Pai. 

É assim que Paulo vê o que Deus fez por nós em Cristo, transferiu o cristão a seu próprio domínio e Reino. 

Portanto, dizer que éramos escravos e que agora estamos livres só faz sentido se entendermos que esta liberdade existe enquanto formos prisioneiros dela, pois não fomos conquistados de um domínio para sermos jogados a própria sorte, mesmo porque se assim fosse, seriamos presos novamente. 

Assim, se em Cristo fomos transladados de um território hostil e agressivo para nos tornarmos prisioneiros de um Reino de paz e de amor, vivamos para o nosso Conquistador. 

Soli Deo Glória!