O choro acontece, ou quando estamos extremamente alegres, ou quando estamos extremamente tristes, enfrentando os sofrimentos e as dores mais terríveis. Aquele sofrimento que não atinge somente a alma, que faz doer o peito, que aperta o coração. Mas que dá um nó na garganta e nos faz chorar, derramar lágrimas. 

O choro que Jesus fala aqui é o de alguém que está sofrendo pelo pecado que encontra em si todos os dias. A natureza pecaminosa que, inclinada a errar o alvo proposto pelo evangelho e acertar o alvo do pecado, tem como recompensa uma alegria passageira, que aparentemente faz bem à alma. Mas que ao final, sabe que o vazio voltará com mais intensidade. 

O choro de saber que está em um estado de depravação total, que todo o seu ser foi corrompido pelo pecado, e que tudo quanto é e faz está influenciado pelo pecado. O choro de saber que a recompensa do pecado é a morte de suas afeições a Deus; a morte física; e a morte eterna. O choro de saber que o pecado causa separação entre o pecador e Deus. 

Quem chora por essa condição é aquele que foi bem-aventurado pelo Evangelho, que recebeu a ressurreição quando estava morto em seus delitos e pecados. Que atendeu ao chamado para vir até Jesus e descansar a alma do pecado. Só quem chora é quem foi atraído irresistivelmente à cruz da nossa salvação. Quem chora é aquele que discerniu que somente o Evangelho é a boa notícia que na cruz, Jesus estava consigo reconciliando o mundo não lhes imputando os seus pecados. 

Que feliz é chorar, pois, os que assim o fizerem, serão consolados. 

Consolados pelo Evangelho que traz uma boa notícia de alegria aos que choram; consolados pela obra da cruz de Cristo na remoção da culpa do pecado; consolados pelo Espírito Santo no desarraigamento das obras da carne; consolados pela ressurreição de Cristo para justificação dos pecadores; consolados pelo amor de Deus que cobre as multidões de pecados 

Consolados!