"PARA NOSSA ALEGRIA!"
10:05Apenas Evangelho
João 16: 20-22
Na postagem anterior falei um pouco sobre a importância das conversas íntimas e informais de Jesus com algumas personagens registradas no evangelho de João. Também salientei uma destas conversas, registrada no capítulo dezesseis, onde Jesus fala com seus discípulos a respeito do Consolador, "o Espírito Santo que viria em seu lugar para aconselhar e cuidar dos eleitos a fim de que estes alcançassem a vida plena no evangelho de Jesus".
Neste texto Jesus fala de alguns auxílios que o Espírito disponibilizaria aos que creem, e um deles era guiar os discípulos do Evangelho sempre na verdade do Evangelho (leia o post "MÃO ÚNICA" deste blog), mas, segundo Jesus, os salvos ainda teriam outro auxílio não menos importante da parte do Ajudador que os habitaria.
Estes três versículos são uma resposta a uma dúvida dos discípulos sobre o que Jesus havia dito anteriormente: “Um pouco, e já não me vereis; mais um pouco, e me vereis” (v. 16), não devemos pensar precipitadamente que compreendemos o que era tão incompreensível aos discípulos, como se Jesus estivesse falando de sua morte iminente e sua ressurreição três dias depois disto. Para entendermos o que o Mestre está dizendo precisamos recuar um pouco no texto, onde Jesus fala que um dos ofícios do Consolador é convencer o mundo da justiça e completa dizendo: “porque vou para o Pai e não me vereis mais” (v.10). Agora Ele diz “Um pouco, e já não me vereis; mais um pouco, e me vereis”, então como entender uma afirmação à luz da outra?
Jesus está dizendo que os discípulos não mais O veriam da maneira como estavam vendo, em uma presença corporificada, mas desfrutariam de Sua presença no Espírito que os habitaria, assim esta reunificação seria por iniciativa do próprio Deus Triuno.
Com isso, Ele lhes garante que sua tristeza terá curta duração, pois a sensação de abandono com a Sua partida e o medo causado pela Sua crucificação seriam dissipados quando Ele viesse por meio do Espírito, portanto em lugar desta tristeza, eles receberiam confiança e alegria, pois a comunhão a partir disto seria ininterrupta.
Isso explica a analogia que Jesus faz entre as contrações da véspera de um parto e do momento do nascimento, Ele não sugere que mães sofram de amnésia após dar à luz uma criança, mas que toda mãe, após receber seu filho nos braços, não se importa mais com as dores que sofreu, assim sendo, Jesus afirma que como esta mãe, que não se importa mais com as dores anteriores ao parto diante do nascimento da criança, também seriam os discípulos, ou seja, não mais se importariam com o denso pesadelo antecedente à crucificação diante da alegria de ter o Espírito dentro de si.
Esta é uma alegria da qual ninguém poderia privá-los.
Portanto, ser habitado pelo Espírito, é descobrir alegria permanente em meio ao sofrimento, é não pedir a Deus uma amnésia, mas, pelo Espírito, dar mais importância à saúde da alma do que às cicatrizes da vida.
Ser habitado pelo Espírito também não é viver de suspensões existenciais, de sensações "pentecostais" que possuem seu efeito limitado a cultos de supostos "avivamentos", mas é possuir, ancorado em si, uma alegria atemporal e incondicional.
Paulo, ao fazer recomendações para a igreja de Tessalônica, resume assim: "Alegrai-vos sempre".
Soli Deo Glória!
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