A VITÓRIA DOS ESCOLHIDOS DE DEUS.

13:36Apenas Evangelho

por Flávio Santos

Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou
Romanos 8. 37


Este texto encerra um assunto que o apóstolo Paulo vem falando desde o início da carta aos romanos. Alguns autores dizem que esta carta de Paulo é um dos grandes tratados das bases da fé cristã. E especialmente este versículo é o ápice do pensamento de Paulo ao falar da segurança e vitória que nós temos em Deus, e no seu amor por nós que está em Cristo Jesus.

Paulo faz uma série de perguntas retóricas, carregadas de respostas, que contém em si, outras perguntas. Estas respostas/perguntas são na verdade afirmações do grande amor de Deus por nós e a certeza da vitória dos escolhidos de Deus.

Paulo usa a expressão mais que vencedores, dando a entender que a vitória dos escolhidos de Deus é abundante, extraordinária. E a vitória mais que abundante dos filhos de Deus é sobre todas as coisas. Esta vitória não repousa sobre as nossas forças e obras, mas na obra da Cruz daquele que nos amou.

Paulo faz três perguntas que carregam em si o mesmo sentido: se Deus é por nós, quem será contra nós? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? Quem é que condena? Isto quer dizer que existem coisas que são contra nós, coisas que nos acusam e coisas que nos condenam. Há uma progressão nas perguntas. Contra, acusação e condenação.

Isto posto, os escolhidos de Deus são vitoriosos contra toda acusação e condenação. Paulo não mostra o que é contra nós, o que nos acusa, e o que nos condena, só diz que somos mais que vencedores sobre estas coisas. Mas, como este texto é o término de um assunto que vem se desdobrando desde o começo da carta, podemos mostrar alguns acusadores que se apresentam contra os escolhidos de Deus.

1° A acusação da Lei. Rm 7. 7 – 10. Paulo disse aqui, que a lei mostrou quem, de fato, era o homem. A lei trouxe o conhecimento do pecado. Não se conheceria a cobiça, se a lei não dissesse, não cobiçaras. O mandamento que era para vida, achou que era para morte, pois o acusava dia após dia.

2° A acusação do pecado. Rm 7. 11 – 13. Paulo diz que o pecado o matou. Neste sentido, o pecado que era contra ele, o acusava, e já o tinha condenado à morte. O pecado para ele se tornou excessivamente maligno do ponto de vista da Lei de Deus.

3° A acusação da consciência. Rm 7. 14 – 25. Paulo aqui mostra uma das piores acusações que um homem pode ter que é a acusação de sua própria consciência. Paulo sabia o que era certo e o que era errado pela Lei. Daí dizer, que tinha prazer com o entendimento na lei de Deus, mas com a carne, desejava o pecado. Era uma luta travada no ser, dentro da mente – no coração de Paulo. E a sua consciência o acusava sempre, a ponto se considerar um miserável.

4° A acusação de satanás. Rm 8. 38. Paulo do capítulo 1 até o final do 8 não faz nenhuma menção direta a satanás como acusador, mas pelas suas cartas e ensinos sabemos que satanás é um grande acusador. Talvez não tenha dado ênfase às suas acusações porque ele se utiliza das acusações que estão dentro do nosso ser, e as potencializa para nos derrotar. A única menção que podemos pensar de uma acusação de satanás é a que nem principados, nem potestades poderá nos separar do amor de Deus.

Agora que já vimos quem são os seus acusadores e o que eles podem provocar, vamos ver porquê Paulo diz que sobre essas acusações somos mais que vencedores. Porque Deus é por nós, porque Deus entregou seu Filho por nós, porque Deus é quem nos justifica, porque Jesus morreu na cruz, porque Cristo ressuscitou para nossa justificação, porque Jesus intercede por nós e porque existe o amor de Deus por nós. Se os acusadores estão de mãos dadas para nos acusar e condenar, o Pai, o Filho e o Espírito Santo estão juntos para nos fazer mais que vencedores.

Os escolhidos de Deus são vitoriosos, também, sobre os sofrimentos da vida. Paulo está escrevendo para pessoas que tinham crido no evangelho, que tinham sido justificadas, que já eram filhas de Deus. E Paulo diz que estas pessoas também enfrentariam sofrimentos. Na verdade, a ênfase sobre o sofrimento dos filhos de Deus começou com Jesus, que por diversas vezes disse que passaríamos por tribulações, mas ele disse, tende bom ânimo, eu venci, vocês também vencerão.

Diante destes sofrimentos, como somos mais que vencedores? Entendendo que os nossos sofrimentos são a participação nos sofrimentos de Cristo. Entendendo que os sofrimentos de hoje, são incomparavelmente menores, que a glória da redenção de todas as coisas. Entendendo que a mesma esperança que nos salvou, é a mesma que nos livrará de todos os sofrimentos na redenção do nosso corpo.

Todos esses discernimentos apontam para o futuro, para a redenção, para o céu, para a eternidade. São entendimentos que nos dão forças para continuar, que aliviam a alma. São ainda, entendimentos que apontam para a vitória sobre os sofrimentos somente no futuro. Mas, e o hoje, o agora? Será que apenas com esses entendimentos nós suportaríamos tais sofrimentos? Com certeza não. Por isso, Paulo nos fala sobre outros elementos que nos ajudariam a vencer as tribulações e sofrimentos da vida.

Paulo diz, que não somente a criação geme, mas, nós também gememos, mesmo tendo as primícias do Espírito, a salvação, a presença das coisas boas da parte de Deus. Gememos em nós mesmos, com a esperança da redenção do nosso corpo. Os gemidos que experimentamos, são tanto gemidos internos quanto gemidos externos, que gememos abertamente. Esses gemidos são em primeiro lugar, por causa do pecado que existe em nós. Paulo desenvolve isso desde o começo da carta aos romanos, mostrando que todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus; em segundo lugar são decorrentes dos intensos sofrimentos que enfrentamos neste tempo presente. É interessante que Paulo usa a expressão “gememos em nós mesmo”. Paulo quer dizer que esses gemidos por ocasião dos pecados e tribulações acontecem dentro do nosso ser.

Os outros elementos de que Paulo fala que estão conosco para vencer os sofrimentos da vida são: o gemido intercessor do Espírito Santo, o fato de “todas” as coisas contribuírem para o nosso bem, e a presença do amor de Deus em nosso favor.

Portanto, nós, por tudo isso, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.

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