"DEUS NÃO PENDURA MANDÍBULAS".
09:58Apenas Evangelho
O amor é paciente, o amor é benigno. Não é invejoso, não se vangloria, não se orgulha, não se porta com indecência, não busca os próprios interesses, não se enfurece, não guarda ressentimento do mal.
I Corintios 13:4-5
Por Sandro VS
Na igreja de Corinto estavam ocorrendo coisas surpreendentes através da ação do Espírito Santo, mas em um ambiente de êxtase e entusiasmo podem ocorrer excitações histéricas que, na maioria das vezes, só levam ao auto-engano, engano este, grosseiro e que se transveste por fato verdadeiro.
Assim Paulo dedica um espaço razoável da carta para falar a respeito das verdadeiras manifestações do Espírito que, em nossa bíblia hoje, correspondem aos capítulos doze, treze e quatorze. A ideia de Paulo nesta seção de capítulos é evidenciar a unidade essencial da Igreja, por isso ele afirma que a Igreja é o corpo de Cristo e a característica de um corpo é que cada parte deste corpo realiza sua própria função para o bem da totalidade.
Paulo começa dizendo no capítulo doze, que todos os dons especiais (charismata) provêm de Deus, assim toda capacidade especial que o homem tem, provém de Deus e, portanto, deve ser utilizada em seu serviço, ou seja, em serviço do corpo. Para o apóstolo, a Igreja era o corpo de Cristo, e este corpo só seria sadio e eficiente quando cada parte dele funcionasse perfeitamente, ou seja, quando suas partes não sentissem ciúmes umas das outras e muito menos cobiçassem as funções umas de outras, mas seria sadio quando cada parte realizasse seu próprio trabalho.
Paulo ensina que a unidade e a diversidade devem ser contrabalançadas pela maturidade, e a maturidade é decorrente do amor, assim, por mais empolgantes e maravilhosos que sejam os dons espirituais, eles se tornam inúteis e até mesmo destrutivos, se não forem ministrados em amor.
Alguém já disse acertadamente que o amor é o "sistema circulatório" do corpo de Cristo.
Alguém já disse acertadamente que o amor é o "sistema circulatório" do corpo de Cristo.
Os versículos citados acima fazem parte do capítulo treze, quando Paulo apresenta o amor como o melhor caminho para se exercer os dons. Ele diz que o amor é paciente, ou seja, é lento para a irritação. Diz que o amor é benigno, ou seja, é doce para todos. Diz que amor não é invejoso, ou seja, não deseja o que é dos outros e muito menos deseja que os outros não possuam algo pelo fato dele também não possuir. Diz que o amor não se vangloria e não se orgulha, ou seja, é modesto e humilde. Diz que o amor não é indecente e narcisista, ou seja, busca virtudes maiores e não exige direitos. Diz que o amor não se enfurece, ou seja, não se exaspera, mas domina seu temperamento.
Também diz o que destaquei no versículo cinco acima, "o amor não guarda ressentimentos do mal." A palavra traduzida do grego para "guardar" é um termo de contadoria, ou seja, é a palavra que se utiliza para acrescentar um ítem num livro de modo que não seja esquecido. Literalmente a expressão não se ressente do mal significa "não guarda um registro das ofensas".
Quem nunca ouviu dos pais o velho ditado "você está no meu caderno"? É exatamente isto que Paulo contradiz, ou seja, o amor sempre perdoa e nunca guarda mágoas da desavença.
Em algumas das tribos africanas de Papua-Nova Guiné não existe o termo correspondente à "perdoar", e até mesmo a ideia do perdão é difícil, assim quando alguém era assassinado, antes de enterrar o morto, a família retirava sua mandíbula e a pendurava na porta da frente da casa, para que nunca se esquecessem de vingá-lo. Os tradutores da Bíblia, ao traduzir para o seu idioma, servindo-se do princípio chamado equivalência dinâmica, viram nesse fato cultural uma excelente oportunidade para traduzir palavras e ideias de perdão, assim quando traduziam qualquer expressão bíblica referente ao perdão de Deus escreviam "DEUS NÃO PENDURA MANDÍBULAS".
Os crentes de Corinto eram, exteriormente, em tudo espirituais, mas possuíam uma espiritualidade oca, sem conteúdo. Usando o significado literal da palavra, o que possuíam no seu interior era simplesmente vento. Por isso Paulo diz que o amor é sempre a melhor escolha, mesmo quando os dons são evidentes
Muitos terminam suas sentenças proféticas hoje dizendo "assim diz o senhor", mas se somarmos o que foi profetizado à conduta deste senhor, nem de longe representará o que o único Senhor é, AMOR.
O amor não se utiliza da pressão espiritual para fazer valer sua vontade, mas perdoa para o seu próprio bem e, consequentemente, para o bem comum.
Graças a Deus, que mesmo sendo a parte ofendida, em Cristo, não pendurou mandíbulas.
Soli Deo Glória!
1 comentários
Um artigo maravilhoso e desconhecido da maioria do povo cristão,
ResponderExcluirQue Deus continue abençoando
o autor...!!